Em Multidão íntima, a figura feminina se dilui e se multiplica em uma tessitura de rostos azuis que a cercam, atravessam e, de certo modo, a constituem. O corpo central, em repouso ou suspensão, não está só: ele é, ao mesmo tempo, um e muitos.
 
Essa obra dá continuidade à investigação da artista sobre a pluralidade do ser feminino, marcada pelas camadas de identidades, memórias e experiências compartilhadas. Se em Quantas somos havia a pergunta, e em Somos muitas a afirmação, aqui surge um deslocamento: a constatação de que a multidão também habita dentro, ecoando no íntimo da própria existência.
 
As cores vibrantes e os padrões entrelaçados reforçam o contraste entre singularidade e coletividade, criando um espaço em que o olhar se perde em repetições que jamais se tornam iguais. Cada rosto carrega uma nuance, um gesto, uma diferença sutil, como se fossem fragmentos de histórias entrecruzadas.
 
Multidão íntima afirma que o eu nunca é indivisível. Ele é atravessado por vozes ancestrais, por presenças femininas silenciadas e reexistentes, por ecos que, mesmo abafados pelo patriarcado, insistem em permanecer. Aqui, o íntimo é político, e o corpo, território de multiplicidade.
 
Obra: Multidão Íntima
Técnica: tinta acrílica e gouche sobre papel Hanemuhle.
 
Medida: 50 x 65 cm
 
Ilustração original e exclusiva
 
Arte autoral da artista Amanda Belo
 
 
 
Opções: Moldura preta ou branca com vidro.
As molduras são em caixa e o fundo no material FOAM. Com borda de 4cm branco.